Eu bem queria um texto sisudo, grave, denso, pra justificar porque eu não gosto do natal. Mas meus motivos são tão bobos. Eu e minhas amenidades.
O grande motivo não é o oportunismo capitalista. Logo quem.
Não é pelas pessoas que doam brinquedos mas abominam as políticas públicas de redução da desigualdade. Dizem que não servem, que são estímulo à vagabundagem. Como se fosse simples gerar emprego pra todo mundo, como se fosse aceitável se conformar com subempregos. Então fazem crianças felizes um dia no ano e regozijam-se da própria benevolência e dormem tranquilamente o sono do status quo inalterado. Com isso eu me incomodo o ano todo.
Não é pelos dramas familiares. Como se fossem novidade.
O meu não gostar do natal é tão menor que isso.
Eu sempre estava longe.
Eu sempre estava ferrada.
Tinha peso nos ombros.
Terminando trabalhos em cima da hora, porque é assim que eu funciono.
E enquanto eu virava a madrugada enlouquecida, pela janela Curitiba iluminada.
E hoje eu não tenho um trabalho com o prazo estourado.
E mesmo estando bem,
e dormindo o que devia.
Cada luz dessa acesa,
cada melodia,
me dão uma pontada.
E eu acho tão esquisito.
Sentir tristeza recente
por algo que já passou.
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2 comentários:
Bom...para nao perder o momento então... FELIZ NATAL!
hey, du!
no fim não há como fugir disso,não?
então os votos de sempre:feliz natal, bom ano novo, não quebre a clavícula, e toda essa sorte de coisas.
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