Em um dos curtas de Sobre café e cigarros, do Jim Jarmush, um dos personagens afirmava que Elvis não morreu. Defendia a tese de que seu irmão gêmeo não nasceu morto, como se conta por aí. Esse outro teria tomado o lugar do rei do rock'n'roll e vivido boa parte de suas histórias. E que no fim das contas quem morreu foi o usurpador.
Hoje me lembrei disso porque topei, pela terceira vez, com um comandante da Marinha que é a cara do Humphrey Bogart.
Na primeira aparição, ele foi fazer palestra em uma das escolas onde trabalho. Enquanto se ocupava em explicar os diferentes tipos de embarcações, o significado dos uniformes, o que são as fronteiras líquidas, blá,blá,blá, eu me divertia imaginando o dono do Rick's Bar comandando operações dentro de um submarino, copo de uísque em uma mão, cigarro na outra.
Tempos depois viajamos no mesmo ônibus e, céus, semelhança impressionante.
Hoje ele voltou ao colégio para entregar um prêmio a uma aluna.
E não há mais dúvidas. Humphrey Bogart não morreu. Depois de ter um bar em Casablanca, descobrir o paradeiro do Falcão Maltês, elucidar o assassinato do marido de Lizabeth Scott, casar com Lauren Bacall, entre outras peripécias, agora compõe o quadro dos bravos defensores das águas tupiniquins.
Até pensei em contar a ele, mas sei que o deixaria constrangido. Me contentei com uma piscadela, que dizia: ok, Bogart, seu segredo está a salvo comigo.
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