Mulheres de tpm, uni-vos! Vamos reviver o movimento feminista, queimar nossos sutiãs, exigir tpm para ambos os sexos.
Não, não vamos queimar nossos sutiãs. Eles estão cada dia mais caros, não? Mas atire o primeiro gloss cor de boca a mulher que nunca praguejou o fato de que só a gente vive esses dois, três dias terríveis que antecedem a menstruação, ser-homem-é-tão-fácil. Ah, hormônios, ah, útero, ah, ovários. E o que me deixa mais irritada é que não tenho intenção de fazer uso da dádiva (duvidosa) de poder ser mãe. Eu penso que já tem bastante gente por aí. Se bem que dizem que aos trinta todas enlouquecem querendo ter filhos, coisas do relógio biológico e tals. Ainda assim tenho dois anos e meio para reclamar.
Ah, oui. Estive deprimidíssima. Nem dois filmes com Tom Cruise resolveram. Deveria ter tentado o Harrison Ford, meu herói-mor.
Tratamento de choque em technicolor, então. Cantando na chuva, pela milésima vez. Acho que nenhum filme me deixa mais feliz. Ok, também me alegro com todos do Fred Astaire, que parece um grilo dançante, e mesmo assim consegue ficar com a Rita, com a Audrey Hepburn, com a Cyd Charisse. A Ginger Rogers eu acho meio sem-graça.
Mas tudo em Cantando na chuva é muito bom. A começar pelo enredo, sobre os atropelos dos grandes estúdios de Hollywood com a entrada do cinema falado, graças à ousadia da Warner ao lançar O cantor de Jazz. E na verdade eram só duas cenas, 354 palavras ouvidas. Mas foi o suficiente para se transformar em um sucesso absoluto, a despeito dos puristas e dos pessimistas de plantão que achavam que aquilo nunca iria dar certo. Foi em 1927.
25 anos depois, Cantando na Chuva brinca com isso, e o resultado é maravilhoso. O filme todo é delícia. Os lindos números musicais. A parte metalinguística, ao falar do próprio cinema, da veneração dos astros e estrelas, das revistas de fofocas sobre Hollywood, da imprensa toda. O que o Edgar Morin chama de star system, as condições que transformam os atores em seres fabulosos, imortais, de certa forma. Uh, teoria. (definitivamente ando com saudades da vida acadêmica).
Mas esses malabarismos teóricos são para os críticos todos. Eles importam nada quando o Gene Kelly aparece na cena clássica da música que dá nome ao filme. Eu vi três vezes. Sorrindo.
E agora estou tão feliz que se começasse a chover eu sairia na rua, singin' in the rain.
E ganharia o troféu de ridícula do século, obviamente.
P.S.:Como eu sei sobre O Cantor de Jazz? Livro ótimo de se ler: Vocês ainda não ouviram nada: a barulhenta história do cinema mudo.
E eu sei que não sou nada novidadeira, falando de um filme que todo mundo conhece. Sorte a minha não ser paga para escrever essas coisas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário