sexta-feira, dezembro 15, 2006

drive me crazy

Minha mãe está absurdamente contente porque comprou um carro grande e azul. Eu não ligo a mínima para carros grandes e azuis. Eu não ligo a mínima para carro nenhum.
Oh, que blasé. Não, nada disso. Eu sou a pior motorista do mundo. Pareço a Cameron Diaz fazendo o exame de auto-escola, nas Panteras.
Mas tem um carro que chama Picasso. Aí eu gosto, por causa do nome. Penso que deveria ter um Toulouse-Lautrec. Van Gogh. Mondrian.
Também há um chamado Clio, a musa da história. Objeto do desejo meu e dos meus amigos de curso na época da faculdade. Até a gente se formar, todos sem saber dirigir ou dirigindo muito mal (meu caso), e perceber que nosso salário paga mal-e-mal a passagem do ônibus. Há-há.
De qualquer forma, seria divertido se tivéssemos carros temáticos. Poderia haver até uma oferta maior, de acordo com as influências de cada um. Historiadores marxistas poderiam ter um Karl Marx - top de linha - ou um Caio Prado Júnior. Para os que se identificaram com a história cultural, um Roger Chartier. Os que estudam gênero ficariam satisfeitos com um Joan Scott (grande aceitação entre o público feminino). Os pensadores da teoria da história seriam proprietários felizes de um Walter Benjamim. E assim por diante. Extensivo a todas as outras categorias profissionais.
Quanta conversa fiada. C'est suffit.
A grande verdade é que sou uma andarilha. Ah, la flânerie. Se bem que o sol do Saara que faz por essas plagas transforma o poético em irritante em questão de segundos.
E começo a me convencer que devo voltar ao mundo acadêmico, a ver se meu cérebro se ocupa com coisas mais profundas.

2 comentários:

Anônimo disse...

1-Se eu comprar um fusca verde-maca e pintar o capo de preto-cartola posso chamar de magritte?

2-Linda,
o Magoo me chama de minha femea...
e eu o chamo de meu macho...
e assim a gente vai...
confundindo as pessoas...
(foi engracado!!!)

janaína disse...

1) hahaha!jackie e seu carro magritte!
2) foi mesmo!