segunda-feira, fevereiro 26, 2007

por uma vida menos ordinária

O som de ir embora. Outra vez. Passagem de ida nas mãos. As malas quase prontas, um esforço gigantesco para levar, por ora, o necessário. Ainda é tanto. E uma bagagem imaterial maior e mais importante. Os que vão sempre comigo. Mais amigos ocupando o espaço invisível do meu afeto. Mãe, irmãs, essa coisa complicada que é família, fúria e doçura.
Querer ficar tão perto, senti-los em mim, um estoque da presença para quando a saudade chegar. Mas não me levem a mal. Não quero parecer melancólica. Essas agruras também compõem o processo.
E para dizer a verdade, fora essa parte que sim, dói um pouco, tudo corre leve. Não me vejo aflita, nem assustada, nem nada assim. Claro, há um grau de indeterminação aí, uma chance de as coisas não saírem como planejadas. Mas viver nunca é algo muito exato, n'est pas? A gente escolhe e torce para dar certo. E é tão bom acreditar nessa possibilidade.
Acho que é por isso que estou tranquila, tudo me soa tão simples. E ao mesmo tempo é tão grande. É como ensina o tio Cortázar, o fantástico irrompe no cotidiano. E na maior parte do tempo não é anunciado em neon, não vem com fogos de artifício ou matéria no jornal. Está por aí, mostrando que viver é pra se encantar. A vida é cheia de tesouros escondidos, de mapas para as Índias, de visões de paraísos. Eu vou lá procurar o meu.

2 comentários:

Anônimo disse...

E nosso amigo vinicius,
poetinha camarada, diria:
"...eu francamente ja nao quero nem saber, de quem nao vai poque tem medo de sofrer, ai de quem nao rasga o coracao, esse nao vai ter perdao..."

amo-te

Claudio, O Encrenqueiro disse...

Jana-te,

limos-te e te lembramos de quando jogávamos-te Cancan. Como era-te massa, te né?

te Falou!

Claudio, te encrenqueiro e te Mara

te P.S.: Até-te que é-te massa a língua-te do te!