Almodóvar, em De salto alto, conta pra gente como é difícil viver à sombra dos pais. O jogo duplo entre a admiração profunda e o temor de não conseguir corresponder às expectativas que - supõe-se - pairam vigilantes sobre o filho de uma lenda.
E se fosse o filho do Gabriel García Márquez? Rodrigo García é, e parece que não se intimidou. Hoje vi Coisas que você pode dizer só de olhar para ela, que ele dirigiu.
Que já valeria algo só por esse título, lindo. Mas é mais que isso. Cinco mulheres e suas histórias entrelaçadas. Eu sei, nos dias que correm, quase torcemos o nariz para mais-um-filme-de-narrativas-fragmentadas-que-se-cruzam-em-algum-ponto, de tão recorrente que se tornou esse recurso. (Ah, eu ainda não assisti Babel, mas acredito que o Iñarritú tem algo mais pra dizer além dessa construção que é sua marca característica. A ver.)
Mas a beleza de Coisas... está em cada trajetória, e principalmente na maneira como é contada. Uma delicadeza. A médica que cuida da mãe doente quase de vidro, e atende ao telefone ansiosa e nunca é quem ela espera. O perfume no elevador que diz para a moça cega que ela foi ignorada. A dor de uma relação que, se sabe, em breve será interrompida, porque uma delas tem aids.
Histórias que terminam para começar em outro lugar.
Porque, como diz um dos personagens, todo mundo procura alguém. Que nos faça sentir vontade de falar coisas só de olhar. E que nos faça dizer outras sem precisar de palavras.
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3 comentários:
Amiga, vc provou que ta ego-trip agora!
Ataque-ego-trip-de-rejeicao foi o checkmate!!!!
hahahaha
amo-te
e vamos la ver esse filme ai do filho-do-cara-fudido.
so pra ver se ele e tambem...
hahahaha
eu amo a janaaa
isa! seja bem vinda! que bom te ver aqui!te amo também.
e jackie, minha crise de ciúme só não é maior porque competir atenção com amiga grávida é covardia.e te amo também.
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