Lembro de um desenho animado, da Disney, acho, em que o personagem descobria a música do mundo:a gota de chuva pingando na folha, os passos de alguém apressado, a manchete na boca do vendedor de jornais, uma garrafa sendo aberta, isso não é um ruído, reinvenção do cachimbo de Magritte.
Domingo tem música também. A música ruidosa dos feirantes a uma quadra de casa. Do passeio na coleira dos cães de estimação. Do passeio anárquico dos cães de rua. Dos motores dos únicos dois carros parados no semáforo da Nossa Senhora de Copacabana.
Hoje é domingo, pede cachimbo. Ou pé de cachimbo? Quem disse que as frases do versinho precisam fazer sentido? Não as crianças.
Música em casa, Yo la tengo com espanhol no nome, músicas espanholas com nomes mexicanos. Música na minha cabeça, Velvet Underground com Sunday morning.
O Rio canta o jingle das Casas Pernambucanas para o frio que bate à porta e o inverno carioca não conhece casaco ou cachecol (da minha janela vejo uma árvore perdendo folhas e respiro aliviada, outono, pelo menos).
É inverno e não faz frio, é domingo e eu trabalho. Em algum lugar por aí deve haver uma canção que diz que a vida da gente não obedece ao protocolo.
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2 comentários:
Eu tento com Doves, alguns Travis do último, e ganho algum tempo com Belle & Sebastian...sei lá, para mim dá certo.
Oi, Jana!
Beleza? Por falar em protocolo, no meu caso "proctocolo", finalmente pari um post novo. Dê uma bizoiadinha, prise.
Abraço pucê pro Odyr,
Claudio
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