E vejam vocês como são as coisas. Se ontem mesmo eu reclamava que não vou mais ao cinema, porque o trabalho, porque o horário, isso e aquilo, ontem mesmo eu fui. Um arranjo com a Tati, que também trabalha aqui, e pronto. Lá fomos, eu e o Odyr, na incrível e inusitada aventura de sair de casa na sexta-feira à noite.
E a gente não foi num cinema qualquer. Não, a gente foi no enorme, lindo e glamouroso Roxy. É um daqueles cinemões de rua, letreiro gigante em vermelho, escadaria imponente, o hall iluminado por um lustre que desconhece a modéstia e desdenha da conta de luz.
E a sala, claro, o carpete e as cortinas e a tela grandiosa que é a constatação tão óbvia, tão lúcida de que nem a melhor televisão, nem de plasma e na parede, pode reproduzir o encantamento de ver as coisas com lentes de aumento, de acreditar, por um segundo, que o trem vai sair da tela na sua direção.
O Roxy é do tempo em que ir ao cinema era um grande acontecimento, aquelas duas horas mágicas em que o mundo é de sonho e cabe numa tela, com direito a pipoca e mãos dadas e beijos clandestinos entre uma cena e outra.
Ainda bem que vez por outra a gente pode ser desse tempo.
A propósito, fomos ver Ratatouille. Paris, gastronomia e considerações sobre o ofício do crítico. É sensacional.
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