sábado, fevereiro 16, 2008

com harrison ford no submarino comunista

É fato: gostamos de coisas muito boas e de outras nem tanto; algumas são meio vergonhosas, cd que se ouve escondido, programa de tv visto “por acaso”, revista folheada no cabelereiro, essas coisas. Suspeito que meu herói se enquadra nessa categoria: o Harrison Ford.
Justifico: salvou o passado em Indiana Jones, o futuro em Blade Runner, o espaço em Stars Wars, e os Estados Unidos um milhão de vezes. Por conta dele me matriculei no curso de Arqueologia da faculdade, esperando aventuras excitantes e grandes descobertas à la Indiana Jones. Huuuuuge mistake. A coisa mais emocionante que eu vi foi o meu professor – tão velho quanto as coisas que ele ensinava – de sunga tomando caipirinha sentado numa pedra no meio do rio, quando saímos “a campo” pra visitar um sambaqui. Que é uma chatura, um monte de conchas misturadas com terra, restos de ossos e mais sei lá o quê, prova espetacular da vida dos índios pré-históricos do litoral do Paraná.
Então eu sempre gostei do Harrison Ford. E dia desses vi Divisão de homicídios, em que ele é um policial das antigas que tem que lidar com um parceiro novato. E é meio triste, sabe, botaram ele pra correr e escorregar pelo corrimão e dar um jeito nas costas, afinal de contas são 60 e tantos anos. Mesmo sabendo que a onda do filme - e sua suposta graça - era essa. E ontem vi esse K-19, o submarino russo da época da Guerra Fria, ele é o capitão. E eu não o achei nem tão charmoso, nem tão durão, muito menos russo.
E apesar de estar entusiasmada com a possibilidade de ver o Indi no cinema, também tenho um pouco de medo de sair de lá achando que o arqueólogo mais charmoso de todos os tempos deveria mesmo aposentar a roupa de aventureiro e ir dar aulas feito o meu professor. Tomara que não.
C’est la vie. Os nossos heróis envelhecem, envelhecemos nós. Há uma ponta de tristeza aí.

2 comentários:

Taís Drabik disse...

Janaína,

Excelente detetive que sou, apesar das poucas pistas concluo que você é pelo menos uns 12 especiais de final de ano mais jovem que eu.
Pois bem, ainda não perdi a esperança, de, um dia, assistindo aula em um curso qualquer, o Indy entrar de supetão para fazer o papel de professor.
É o único motivo para eu não tirar da bolsa o meu lápis de olho. Só espero que ele apareça antes das minhas pálpebras estarem tão cheias de ruguinhas que fique difícil escrever I LOVE YOU!

janaína disse...

e eu bem que gostaria de ter tido ele como meu professor de arqueologia.
daí não seria problema a visão do professor de sunga na pedra no meio do rio tomando caipirinha.:)
bisous.