Para não parecer que eu estou igual às pessoas que trabalham na confeitaria e não aguentam mais ver doces pela frente, sim, ando lendo alguma coisa ( mas é fato - alguns dias eu não consigo nem olhar para os livros, blasfêmia, blasfêmia).
O da vez, comprado praticamente novo em um sebo maravilhoso (blasfêmia, blasfêmia de novo) que descobrimos, eu e Odyr, é Aventuras no marxismo, do Marshall Berman.
Longe de ser o tratado ilegível que a palavra marxismo evoca imediatamente, ao contrário, é quase uma aventura mesmo. A começar pela pela introdução, onde ele conta lindamente os motivos que o levaram a se aproximar de Marx e as descobertas da primeira leitura.
E ele é um grande leitor de Marx. Ao invés da cegueira dogmática que norteou boa parte dos marxistas, ele é muito bem-sucedido em encontrar o equilíbrio necessário entre a teoria e a aplicação dos conceitos, o que de Marx pode ser útil naquilo que interessa a Berman, o entendimento da experiência da modernidade. E muitas coisas fazem sentido, sabe? Inclusive a crítica do jovem Marx a um socialismo irracional que acaba sendo tão opressivo quanto o capitalismo.
Enfim, Marx é Marx para o bem e para o mal, e os prós e contras já foram debatidos à exaustão. Mas são formas de olhar para o mundo, tentativas de entendê-lo. O livro de Berman merece ser lido por trazer a única possibilidade de validade da teoria:quando ela se encontra com a vida.
sexta-feira, setembro 14, 2007
quarta-feira, setembro 12, 2007
terça-feira, setembro 11, 2007
superegotripmegalomaníacamaisainda
Eu tô me achando.
Por quê, por quê, por quê? Porque esse blog, isso mesmo, esse que vocês estão lendo agora, está em exposição no Oi Futuro. Na mostra Blooks, tribos e letras na rede.
Textos, poemas, quadrinhos, essas coisas, tudo da internet.
Não sei muito bem como chegaram em mim, mas está lá e eu achei o máximo.
Depois posto umas fotos pra vocês compartilharem dos meus delírios de grandeza.
P.S.1: o texto exposto é o 22 coisas...
P.S.2: o Odyr está também, com blog e desenhos. É a nossa mostra conjunta. :)
Por quê, por quê, por quê? Porque esse blog, isso mesmo, esse que vocês estão lendo agora, está em exposição no Oi Futuro. Na mostra Blooks, tribos e letras na rede.
Textos, poemas, quadrinhos, essas coisas, tudo da internet.
Não sei muito bem como chegaram em mim, mas está lá e eu achei o máximo.
Depois posto umas fotos pra vocês compartilharem dos meus delírios de grandeza.
P.S.1: o texto exposto é o 22 coisas...
P.S.2: o Odyr está também, com blog e desenhos. É a nossa mostra conjunta. :)
quinta-feira, setembro 06, 2007
o outro xico
Ali no Todoprosa o Sergio Rodrigues falava esses dias da pesquisa em solo bretão o-que-você-quer-ser-quando-crescer. Escritor.
Tem mesmo muita gente escrevendo por aí ( se até eu, latinoamericana sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vinda do interiorrrrrrrrrrrrrr). Ou já escrevia antes, mas agora divulgar ficou tão simples, nem da grana precisa mais, você faz um desses, pressiona seus parentes para garantir o número mínimo de leitores, torce para que os amigos leiam também e voilà. Lá está seu sujeito-verbo-predicado se desmanchando no ar virtual.
Obviamente, muita bobagem. Mas muita coisa boa. Isso tudo para dizer que ando visitando muito o blog do Xico Sá, eu que já o lia quando ele falava da paulicéia desvairada em NoMinimo (oh yeah, sou uma viúva inconsolável).
Mas aqui o tema é outro. O amor e seus demônios. Cantadas, trepadas, traições, pé-na-bunda. Tudo pulsa, tem vida, tem cor. A graça de viver essas experiências, mesmo quando dói. Porque no fim das contas ( que me perdoem os céticos de plantão, mas são anos de filmes de amor) essa é a grande questão, não? Temos nossas preocupações sociais, profissionais, metafísicas ( e ainda bem que perdemos o sono por elas), mas o desejo de ter alguém sempre perpassa a idéia de completude.
É fato que o mundo anda cada vez mais cínico e já decretaram a falência do amor. Tem aquele sociólogo, o Bauman, falando da dificuldade contemporânea de criar e manter vínculos afetivos, lado a lado com o anseio de ter esses mesmos vínculos. Tem o Sex and the city, que, well, sem a roupagem acadêmica e vestindo Oscar de La Renta, fala disso também.
O que eu quero dizer é que acredito piamente que nós precisamos do afeto. Pode ser mais difícil, pode parecer piegas, mas Tom Jobim cantou Wave, e eu acho que é verdade.
E vejam vocês, me perdi por aqui. Só queria falar do blog do Xico Sá. Mas vão lá, ele sim sabe o que diz.
Tem mesmo muita gente escrevendo por aí ( se até eu, latinoamericana sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vinda do interiorrrrrrrrrrrrrr). Ou já escrevia antes, mas agora divulgar ficou tão simples, nem da grana precisa mais, você faz um desses, pressiona seus parentes para garantir o número mínimo de leitores, torce para que os amigos leiam também e voilà. Lá está seu sujeito-verbo-predicado se desmanchando no ar virtual.
Obviamente, muita bobagem. Mas muita coisa boa. Isso tudo para dizer que ando visitando muito o blog do Xico Sá, eu que já o lia quando ele falava da paulicéia desvairada em NoMinimo (oh yeah, sou uma viúva inconsolável).
Mas aqui o tema é outro. O amor e seus demônios. Cantadas, trepadas, traições, pé-na-bunda. Tudo pulsa, tem vida, tem cor. A graça de viver essas experiências, mesmo quando dói. Porque no fim das contas ( que me perdoem os céticos de plantão, mas são anos de filmes de amor) essa é a grande questão, não? Temos nossas preocupações sociais, profissionais, metafísicas ( e ainda bem que perdemos o sono por elas), mas o desejo de ter alguém sempre perpassa a idéia de completude.
É fato que o mundo anda cada vez mais cínico e já decretaram a falência do amor. Tem aquele sociólogo, o Bauman, falando da dificuldade contemporânea de criar e manter vínculos afetivos, lado a lado com o anseio de ter esses mesmos vínculos. Tem o Sex and the city, que, well, sem a roupagem acadêmica e vestindo Oscar de La Renta, fala disso também.
O que eu quero dizer é que acredito piamente que nós precisamos do afeto. Pode ser mais difícil, pode parecer piegas, mas Tom Jobim cantou Wave, e eu acho que é verdade.
E vejam vocês, me perdi por aqui. Só queria falar do blog do Xico Sá. Mas vão lá, ele sim sabe o que diz.
quinta-feira ao sol
Dois minutos olhando para a praia repleta de banhistas estatelados sob o sol. Todas as minhas roupas cheiram a filtro solar. Mesmo assim, ando por dez minutos até chegar ao trabalho e sinto a pele queimando.
O verão faz a festa no falso inverno carioca. Fica fácil entender porque parece que aqui as pessoas são mais contentes. Tendo vista para o mar, a melancolia não funciona muito.
Mas não estou reclamando. Pelo contrário, estou bem perto de me entender de vez com o paraíso tropical.
Só preciso de um filtro solar mais poderoso.
O verão faz a festa no falso inverno carioca. Fica fácil entender porque parece que aqui as pessoas são mais contentes. Tendo vista para o mar, a melancolia não funciona muito.
Mas não estou reclamando. Pelo contrário, estou bem perto de me entender de vez com o paraíso tropical.
Só preciso de um filtro solar mais poderoso.
domingo, setembro 02, 2007
nas questões de casal
Não se fala mal da rotina, já dizia o Chico.
Oh, mas se fala. E para mim. Ou na minha frente. E sem querer, ou sem perceber, lá estou eu sabendo de problemas sentimentais que não me dizem respeito.
É quando faço as vezes de versão feminina do garçom. Dia desses um coração partido veio chorar as pitangas para o meu lado. Em aproximadamente uma hora ( ah, a capacidade que alguns têm de falar por horas a fio sem se importar que todas as respostas do interlocutor sejam um balanço de cabeça, ou o variante hum-hum) me contou a história mais velha do mundo, a traição, a desconfiança, a confirmação, o fim.
E como não poderia deixar de ser, desfiou o rosário interminável das suas qualidades, o misto de autoafirmação e autopiedade típico de quem perdeu o chão e custa a entender por quê. E não se iludam, nenhuma semelhança com o rejeitado adorável dos filmes de amor (aquele que a gente não entende como foi descartado - ou entende, a mulher era uma vaca). Não pensem no Luke Wilson ou no John Cusack. Melhor, não pensem mais no assunto, o cara era um saco.
Hoje um casal, que a gente olha e imagina a certidão de casamento amarelando no fundo de uma gaveta. A mulher pára na minha frente atraída por uma dessas coisas que eu nunca sei direito como vêm parar aqui, uma Carteira de Namoro. Como uma adolescente que cola no diário o papel da bala que fulano deu, ela se entusiasma com essas bobagens encantadoras dos primeiros relacionamentos, A declaração universal dos direitos dos namorados, A regra de segurança nos namoros, O contrato de namoro.
Por um segundo, volta no tempo muitos anos e mostra para o marido a página que dizia do direito de ter, por mês, tantos beijos e abraços e cafunés.
Ele, categórico:"a gente não liga para estatísticas".
Num resmungo desgostoso ela responde "é verdade", voltando, imediatamente, para 02 de setembro de 2007.
Oh, mas se fala. E para mim. Ou na minha frente. E sem querer, ou sem perceber, lá estou eu sabendo de problemas sentimentais que não me dizem respeito.
É quando faço as vezes de versão feminina do garçom. Dia desses um coração partido veio chorar as pitangas para o meu lado. Em aproximadamente uma hora ( ah, a capacidade que alguns têm de falar por horas a fio sem se importar que todas as respostas do interlocutor sejam um balanço de cabeça, ou o variante hum-hum) me contou a história mais velha do mundo, a traição, a desconfiança, a confirmação, o fim.
E como não poderia deixar de ser, desfiou o rosário interminável das suas qualidades, o misto de autoafirmação e autopiedade típico de quem perdeu o chão e custa a entender por quê. E não se iludam, nenhuma semelhança com o rejeitado adorável dos filmes de amor (aquele que a gente não entende como foi descartado - ou entende, a mulher era uma vaca). Não pensem no Luke Wilson ou no John Cusack. Melhor, não pensem mais no assunto, o cara era um saco.
Hoje um casal, que a gente olha e imagina a certidão de casamento amarelando no fundo de uma gaveta. A mulher pára na minha frente atraída por uma dessas coisas que eu nunca sei direito como vêm parar aqui, uma Carteira de Namoro. Como uma adolescente que cola no diário o papel da bala que fulano deu, ela se entusiasma com essas bobagens encantadoras dos primeiros relacionamentos, A declaração universal dos direitos dos namorados, A regra de segurança nos namoros, O contrato de namoro.
Por um segundo, volta no tempo muitos anos e mostra para o marido a página que dizia do direito de ter, por mês, tantos beijos e abraços e cafunés.
Ele, categórico:"a gente não liga para estatísticas".
Num resmungo desgostoso ela responde "é verdade", voltando, imediatamente, para 02 de setembro de 2007.
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