tag:blogger.com,1999:blog-378611362024-03-13T10:27:55.122-03:00quero ser rita hayworthEnquanto o mundo diz que é preciso fazer coisas úteis e cumprir com a obrigação, eu, como os cronópios, tenho vontade de sair por aí desenhando andorinhas no casco das tartarugas.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.comBlogger78125tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-39152910595297826522008-04-09T12:34:00.003-03:002008-04-09T18:27:33.409-03:00o mosquito, a favela e o livro que acaba com os problemas do mundoÉ sério e assustador. Os casos se multiplicam, gente que eu conheço. Mas curiosamente, ainda não estou apavorada com o surto de dengue no Rio de Janeiro. Mas quase. Não tem mais repelente nas farmácias. Todos os dias recebo um email novo sobre formas de combate ao maldito do mosquito (própolis, mosquiteca feita de garrafa pet, álcool com não sei o quê e por aí vai). Isso é pauta de conversa no trabalho, no almoço, no boteco, no samba da pedra do sal – que acontece toda segunda e é um clássico do samba roots. Ensaiando ir, já que estou em processo de carioquização.<br />Pra vocês verem que é sério, essa semana dei mais um passo e fui conhecer a favela. Involuntariamente, na verdade. Ônibus errado, fui parar na Rocinha. Às dez da noite e chovendo. Voltei pra casa sã e salva e ligeiramente apavorada.<br />E como que eu pego ônibus sem prestar atenção onde eu estou indo? O culpado é essa delícia que ando lendo agora, Ser feliz, do Will Fergunson. Um editor frustrado publica um livro de auto-ajuda que resolve os problemas de todo mundo. Todos eles. De sexo a perda de peso, de dinheiro a depressão. O mundo entra em colapso. Bem escrito, divertido, irônico. Uma pérola pop. O único problema é que todo mundo me vê pra cima e pra baixo carregando um livro chamado "Ser Feliz" com uma margarida na capa. Pra que não pensem mal de mim, já me adianto explicando que NÃO é um livro de auto-ajuda. Ainda assim um ou outro me olha meio incrédulo. Mas tudo bem. Quando eles virem que eu não fiquei nem magra nem rica nem superautoconfiante vão acreditar em mim.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-63406538734370128862008-03-07T08:37:00.004-03:002008-03-07T16:52:18.506-03:00aquela do mastercard(ok, a piada é velha, mas.)<br /><br />quarto e sala em copacabana: muitíssimos reais;<br /><br />lavanderia da trinity porque o quarto e sala não tem área de serviço: muitos reais;<br /><br />diarista pro quarto e sala porque eu não gosto de fazer faxina: mais um tanto;<br /><br />restaurante nas redondezas porque a cozinha fica um caos quando a diarista demora pra vir: aimeudeus, o salário vai dar?<br /><br />poder ir à praia antes do trabalho: não, amigos, não há dinheiro que pague.<br /><br />aos parentes do interior profundo - a centenas de quilômetros do litoral - que não se conformavam com a minha blasesice em relação à praia a uma quadra de casa (ai-se-fosse-eu-morando-aí, suspiro): vocês estavam certos o tempo todo.<br /><br />nem acredito no tanto de sorte que eu tenho.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-36847433650411852932008-02-21T21:41:00.001-03:002008-02-21T21:46:23.816-03:00meu affaire com groucho marxcom exclusividade, <a href="http://www.flickr.com/photos/janagarcia">aqui</a>.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-80470593415158165762008-02-17T14:29:00.002-03:002008-02-17T14:31:41.775-03:00copacabana, sábado, 2:00 a.m.Um dos inúmeros motivos pelos quais eu adoro o Rio é que a cidade (como todas as grandes) não pára nunca.<br />Enquanto olho pela janela esperando a encomenda da farmácia (problemas com o dente do ciso, caros, a essa altura do campeonato) lá fora a vida acontece, acontece, acontece.<br />Os que separam o jornal de amanhã lembram a gente que a vida pode ser dura, eu que reclamava de ter que trabalhar nos fins de semana até as 10 da noite.<br />Tem gente voltando da praia, Copacabana das putas, dos gringos e cada vez mais das famílias, ainda mais agora que a Help ( boate famosa das working girls) vai fechar e virar museu da Imagem e do Som. Casais de namorados passeiam pelas ruas como se estivessem no interior, ou eu que sou muito interiorana por achar meio arriscado. Alguém bebeu demais e pára o carro do outro lado da rua pra fazer xixi na calçada. O vigia do meu prédio, que tem cara de psycho, anda de um lado para o outro, e eu acho que ele não dorme nunca, toda hora topo com ele, de manhã, à tarde e à noite.<br />Meninos de rua, homens de rua, muitos motoqueiros e nenhum deles traz meu analgésico.<br />Tudo isso eu vejo da janela. Viva a noite carioca.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-11723936055476155972008-02-16T19:27:00.004-03:002008-02-16T19:54:25.509-03:00com harrison ford no submarino comunistaÉ fato: gostamos de coisas muito boas e de outras nem tanto; algumas são meio vergonhosas, cd que se ouve escondido, programa de tv visto “por acaso”, revista folheada no cabelereiro, essas coisas. Suspeito que meu herói se enquadra nessa categoria: o Harrison Ford.<br />Justifico: salvou o passado em Indiana Jones, o futuro em Blade Runner, o espaço em Stars Wars, e os Estados Unidos um milhão de vezes. Por conta dele me matriculei no curso de Arqueologia da faculdade, esperando aventuras excitantes e grandes descobertas à la Indiana Jones. Huuuuuge mistake. A coisa mais emocionante que eu vi foi o meu professor – tão velho quanto as coisas que ele ensinava – de sunga tomando caipirinha sentado numa pedra no meio do rio, quando saímos “a campo” pra visitar um sambaqui. Que é uma chatura, um monte de conchas misturadas com terra, restos de ossos e mais sei lá o quê, prova espetacular da vida dos índios pré-históricos do litoral do Paraná.<br />Então eu sempre gostei do Harrison Ford. E dia desses vi Divisão de homicídios, em que ele é um policial das antigas que tem que lidar com um parceiro novato. E é meio triste, sabe, botaram ele pra correr e escorregar pelo corrimão e dar um jeito nas costas, afinal de contas são 60 e tantos anos. Mesmo sabendo que a onda do filme - e sua suposta graça - era essa. E ontem vi esse K-19, o submarino russo da época da Guerra Fria, ele é o capitão. E eu não o achei nem tão charmoso, nem tão durão, muito menos russo.<br />E apesar de estar entusiasmada com a possibilidade de ver o Indi no cinema, também tenho um pouco de medo de sair de lá achando que o arqueólogo mais charmoso de todos os tempos deveria mesmo aposentar a roupa de aventureiro e ir dar aulas feito o meu professor. Tomara que não.<br />C’est la vie. Os nossos heróis envelhecem, envelhecemos nós. Há uma ponta de tristeza aí.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-62079077626604641792008-01-30T16:30:00.000-03:002008-01-30T16:32:56.983-03:00viva e bemQueridos três leitores desse blog – se é que vocês não desertaram também – guardem o traje de luto e dispensem as carpideiras, que eu continuo respirando, andando, falando, escrevendo cuando me dan las ganas, como diria a minha vó. Só que ganas são espanholas e a Espanha é longe daqui, e como não fui nem pra Argentina feito dois grandes amigos (cuenta todo, chicos!), esse blog está às moscas.<br />Mas a quem interessar possa, não desisti totalmente do brinquedo. Assim que alguma força misteriosa mandar internet lá pra casa – porque vou contar, faz quase um mês que Odyr e eu peleamos pela coisa, e simplesmente não conseguimos a instalação – quem sabe eu volte pra cá com mais frequência.<br />Hasta.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-64817392894514973792007-12-11T13:48:00.000-03:002007-12-11T14:32:40.624-03:00território sentimentalEm Curitiba resolvendo pendengas acadêmicas. Coisas que preciso para ontem (como sempre) e que a minha desorganização (de sempre) transforma num épico o que para a maioria das pessoas seria uma operação relativamente simples. Para ajudar, grandes imprevistos quase inacreditáveis. Uma aventura.<br />Um monte de gente que eu conheço odeia essa cidade. Eu não. Eu gosto muito da Curitiba que fiz para mim. Por que o lugar é o que você faz dele, não? Experiências pessoais e intransferíveis. As minhas foram muito boas, de um modo geral.<br />Um dos meus professores perguntou o motivo da minha visita à faculdade e eu brinquei dizendo que o bom filho à casa torna. O que não é tão brincadeira assim. Aqui moram histórias que fizeram diferença, uma espécie de ponto de partida. Academicamente, afetivamente.<br />Como disse para o Cláudio, não tem como eu não gostar daqui. Foi onde eu comecei a virar gente.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-3680769732143701422007-12-03T13:12:00.000-03:002007-12-03T13:17:30.738-03:00e se puder me manda uma notícia boaMelhor: mande uma meia de listras coloridas cheia de doces dentro. Foi o que eu acabei de ver enquanto esperava na fila do correio. Sim, esse lugar ainda existe, bem como existe esse hábito pré-histórico de mandar cartas.<br /> Nesse instante não consigo imaginar nada melhor pra receber do mr. postman do que meias com doces dentro.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-1577737826401536282007-11-19T14:25:00.000-03:002007-11-19T14:59:31.578-03:00os sentidos dos lugaresAs formas produzem sentido. É o que o historiador Roger Chartier descobre nos seus estudos sobre história da leitura. O que ele diz é que as interpretações que um livro pode suscitar não se esgotam no seu conteúdo. Seu suporte físico, por exemplo a edição, o papel utilizado, o tipo de fonte, a existência ou não de ilustrações, são parte fundamental da leitura, e também contêm um universo de significados que se amarram à experiência do leitor, ao mundo social, ao universo simbólico no qual se insere. Uma obra, seja ela qual for, numa edição austera, luxuosa, potencializa outras formas de leitura quando é lançada, por exemplo, em edição de bolso. Outro tipo de papel, outro tipo de capa (curioso é que as capas de pockets freqüentemente trazem chamadas do tipo “ o melhor livro de...”, “o mais vendido ...” – publicidade desnecessária , e até desrespeitosa, nas versões mais elegantes, e conseqüentemente mais caras). O conteúdo é o mesmo, mas a materialidade distinta confere a ele outros sentidos, outros valores.<br />Lugares são assim também. Penso nisso enquanto estou no melhor deles. O outro céu da Biblioteca Nacional que, como o de gesso das galerias do Cortázar, leva para um mundo diverso, de imponência e art noveau, do tempo em que o Rio queria ser Paris e a Biblioteca queria ser Bibliotèque. Enquanto isso, lá fora, a cidade passeia de havaianas, ora, somos tropicais.<br />Mas ah, o mundo de dentro. Imagens, sons. Numa espécie de espionagem intelectual investigo o que os outros estão lendo, ali o próprio Chartier, mais adiante Hobsbawm, hoje a História está em alta. Só se pode escrever com lápis, e o silêncio quase total da sala de leitura só é quebrado pelo ruído do grafite no papel, cadernetas, cadernões, folhas avulsas, panfletos, a pena é que lápis não escreve no verso da mão.<br />E claro, a leitura em um lugar assim é uma experiência completamente diferente daquela feita em casa, ou no parque, ou em outras bibliotecas. Não temos a mesma intimidade que temos com nossos livros, dobrados, rabiscados, domesticados. Mas temos um outro tipo, igualmente sedutor: um objeto que, de tão valioso, nem podemos saber onde fica guardado. E assim mesmo está ali, na sua frente, um tesouro que é seu por algumas horas. Valor de culto, quase a aura de Benjamin.<br />Mesmo morando aqui faz um tempo, continuo com minha visão exageradamente romântica do que é ler na Biblioteca Nacional. Acho que até por isso poupo um pouco minhas visitas ao lugar: para continuar tendo o gosto de, vez por outra, colocá-la em prática.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-4836765646724591532007-09-14T14:32:00.000-03:002007-09-14T21:51:12.607-03:00tudo que é sólidoPara não parecer que eu estou igual às pessoas que trabalham na confeitaria e não aguentam mais ver doces pela frente, sim, ando lendo alguma coisa ( mas é fato - alguns dias eu não consigo nem olhar para os livros, blasfêmia, blasfêmia).<br />O da vez, comprado praticamente novo em um sebo maravilhoso (blasfêmia, blasfêmia de novo) que descobrimos, eu e Odyr, é Aventuras no marxismo, do Marshall Berman.<br />Longe de ser o tratado ilegível que a palavra marxismo evoca imediatamente, ao contrário, é quase uma aventura mesmo. A começar pela pela introdução, onde ele conta lindamente os motivos que o levaram a se aproximar de Marx e as descobertas da primeira leitura.<br />E ele é um grande leitor de Marx. Ao invés da cegueira dogmática que norteou boa parte dos marxistas, ele é muito bem-sucedido em encontrar o equilíbrio necessário entre a teoria e a aplicação dos conceitos, o que de Marx pode ser útil naquilo que interessa a Berman, o entendimento da experiência da modernidade. E muitas coisas fazem sentido, sabe? Inclusive a crítica do jovem Marx a um socialismo irracional que acaba sendo tão opressivo quanto o capitalismo.<br />Enfim, Marx é Marx para o bem e para o mal, e os prós e contras já foram debatidos à exaustão. Mas são formas de olhar para o mundo, tentativas de entendê-lo. O livro de Berman merece ser lido por trazer a única possibilidade de validade da teoria:quando ela se encontra com a vida.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-27332261158176544612007-09-12T14:24:00.000-03:002007-09-12T14:25:56.489-03:00mãe, eu tô na exposiçãoE tenho <a href="http://www.flickr.com/photos/janagarcia/">fotos</a> pra provar.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-23470335678146650352007-09-11T14:26:00.000-03:002007-09-11T14:40:06.346-03:00superegotripmegalomaníacamaisaindaEu tô me achando.<br />Por quê, por quê, por quê? Porque esse blog, isso mesmo, esse que vocês estão lendo agora, está em exposição no <a href="http://www.oifuturo.org.br/oifuturo.htm#/espacocultural/">Oi Futuro</a>. Na mostra Blooks, tribos e letras na rede.<br />Textos, poemas, quadrinhos, essas coisas, tudo da internet.<br />Não sei muito bem como chegaram em mim, mas está lá e eu achei o máximo.<br />Depois posto umas fotos pra vocês compartilharem dos meus delírios de grandeza.<br /><br />P.S.1: o texto exposto é o 22 coisas...<br />P.S.2: o Odyr está também, com blog e desenhos. É a nossa mostra conjunta. :)janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-3242811598967750862007-09-06T22:26:00.000-03:002007-09-07T14:04:24.244-03:00o outro xicoAli no Todoprosa o Sergio Rodrigues falava esses dias da pesquisa em solo bretão o-que-você-quer-ser-quando-crescer. <a href="http://todoprosa.com.br/?p=460">Escritor</a>.<br />Tem mesmo muita gente escrevendo por aí ( se até eu, latinoamericana sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vinda do interiorrrrrrrrrrrrrr). Ou já escrevia antes, mas agora divulgar ficou tão simples, nem da grana precisa mais, você faz um desses, pressiona seus parentes para garantir o número mínimo de leitores, torce para que os amigos leiam também e voilà. Lá está seu sujeito-verbo-predicado se desmanchando no ar virtual.<br />Obviamente, muita bobagem. Mas muita coisa boa. Isso tudo para dizer que ando visitando muito o blog do Xico Sá, eu que já o lia quando ele falava da paulicéia desvairada em NoMinimo (oh yeah, sou uma viúva inconsolável).<br />Mas <a href="http://carapuceiro.zip.net/">aqui</a> o tema é outro. O amor e seus demônios. Cantadas, trepadas, traições, pé-na-bunda. Tudo pulsa, tem vida, tem cor. A graça de viver essas experiências, mesmo quando dói. Porque no fim das contas ( que me perdoem os céticos de plantão, mas são anos de filmes de amor) essa é a grande questão, não? Temos nossas preocupações sociais, profissionais, metafísicas ( e ainda bem que perdemos o sono por elas), mas o desejo de ter alguém sempre perpassa a idéia de completude.<br />É fato que o mundo anda cada vez mais cínico e já decretaram a falência do amor. Tem aquele sociólogo, o Bauman, falando da dificuldade contemporânea de criar e manter vínculos afetivos, lado a lado com o anseio de ter esses mesmos vínculos. Tem o Sex and the city, que, well, sem a roupagem acadêmica e vestindo Oscar de La Renta, fala disso também.<br />O que eu quero dizer é que acredito piamente que nós precisamos do afeto. Pode ser mais difícil, pode parecer piegas, mas Tom Jobim cantou Wave, e eu acho que é verdade.<br />E vejam vocês, me perdi por aqui. Só queria falar do blog do Xico Sá. Mas vão lá, ele sim sabe o que diz.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-47007348094578135372007-09-06T14:05:00.000-03:002007-09-06T14:24:14.237-03:00quinta-feira ao solDois minutos olhando para a praia repleta de banhistas estatelados sob o sol. Todas as minhas roupas cheiram a filtro solar. Mesmo assim, ando por dez minutos até chegar ao trabalho e sinto a pele queimando.<br />O verão faz a festa no falso inverno carioca. Fica fácil entender porque parece que aqui as pessoas são mais contentes. Tendo vista para o mar, a melancolia não funciona muito.<br />Mas não estou reclamando. Pelo contrário, estou bem perto de me entender de vez com o paraíso tropical.<br />Só preciso de um filtro solar mais poderoso.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-4321802585383703202007-09-02T15:22:00.000-03:002007-09-02T18:23:43.587-03:00nas questões de casalNão se fala mal da rotina, já dizia o Chico.<br />Oh, mas se fala. E para mim. Ou na minha frente. E sem querer, ou sem perceber, lá estou eu sabendo de problemas sentimentais que não me dizem respeito.<br />É quando faço as vezes de versão feminina do garçom. Dia desses um coração partido veio chorar as pitangas para o meu lado. Em aproximadamente uma hora ( ah, a capacidade que alguns têm de falar por horas a fio sem se importar que todas as respostas do interlocutor sejam um balanço de cabeça, ou o variante hum-hum) me contou a história mais velha do mundo, a traição, a desconfiança, a confirmação, o fim.<br />E como não poderia deixar de ser, desfiou o rosário interminável das suas qualidades, o misto de autoafirmação e autopiedade típico de quem perdeu o chão e custa a entender por quê. E não se iludam, nenhuma semelhança com o rejeitado adorável dos filmes de amor (aquele que a gente não entende como foi descartado - ou entende, a mulher era uma vaca). Não pensem no Luke Wilson ou no John Cusack. Melhor, não pensem mais no assunto, o cara era um saco.<br />Hoje um casal, que a gente olha e imagina a certidão de casamento amarelando no fundo de uma gaveta. A mulher pára na minha frente atraída por uma dessas coisas que eu nunca sei direito como vêm parar aqui, uma <em>Carteira de Namoro</em>. Como uma adolescente que cola no diário o papel da bala que fulano deu, ela se entusiasma com essas bobagens encantadoras dos primeiros relacionamentos, <em>A declaração universal dos direitos dos namorados</em>, <em>A regra de segurança nos namoros</em>, <em>O contrato de namoro</em>.<br />Por um segundo, volta no tempo muitos anos e mostra para o marido a página que dizia do direito de ter, por mês, tantos beijos e abraços e cafunés.<br />Ele, categórico:"a gente não liga para estatísticas".<br />Num resmungo desgostoso ela responde "é verdade", voltando, imediatamente, para 02 de setembro de 2007.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-55838679808773257112007-08-31T14:28:00.000-03:002007-08-31T15:03:10.476-03:00please, mister postmanE agora trabalhamos todos com computadores à nossa frente e ligados à Internet e temos o hábito fatal de checar a caixa de emails de vinte em vinte minutos.<br />Ora eu me sinto solitária, ora eu me divirto, a Livraria Saraiva me ama, me chama pelo nome e me escreve todo dia. Seguida pela Sony,pela Livraria Cultura, pela Associação Brasileira de Estudos Medievais, pelo Bolsa de Mulher e pela Americanas.com, a melhor loja do mundo também na internet. O Mnemocine esqueceu de mim e o NoMinimo morreu, os dois sites que mantinham o nível da corte virtual e não queriam me vender coisas.<br />Só o que me conforma é que o "Aumente seu pênis" vai direto para o Spam. Quando eu receber "Olá Janaína, essa é uma chance única para você aumentar seu pênis", aí eu desisto e volto para o modo antigo (quantas vezes eu fui ao correio na vida? Umas cinco, acho).janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-76020493944561187762007-08-30T15:06:00.000-03:002007-08-30T15:30:17.772-03:00who wants to be a superhero?Estou vivendo no vácuo deixado pelas séries de amor - terminei de ver Sex and the City, espero ansiosamente o box da 6ª temporada das Gilmore. Então, minha vida televisiva ganha agora personagens não tão românticos, mas nem por isso menos interessantes.<br />Finalmente Twin Peaks. Riam do meu atraso, folks, mas quando a série foi ao ar eu tinha 11 anos, meu pai nunca deixaria eu ficar em frente à tv até tão tarde para ver na globo (aos 11, eu mal sabia da existência da tv a cabo). Novo Herói nº1: Agente Cooper.<br />O médico mais cínico do mundo com uma capacidade detetivesca para diagnosticar doenças misteriosas. Novo Herói nº2: House.<br />Eeeeeeeeeeeeee...Heroes!Todos são ótimos. Mas claro, eu tenho um preferido. Novo Herói nº3: Hiro, o supernerd japonês.<br />Como vocês podem ver, minha vida está a salvo até as garotas voltarem.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-40418680048053893422007-08-30T15:00:00.000-03:002007-08-30T15:01:55.510-03:00anotações contentes pra quando a tpm vai embora. ou dá uma trégua.Manhã nublada com superheróis, música e afeto.<br />A vida é boa.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-46586059295162258082007-08-29T15:24:00.000-03:002007-08-29T15:25:25.989-03:00<a href="http://www.bjnewlife.org/portuguese.html?gclid=CIzi04Wrm44CFSQYZAodjyZ7YQ">É isso</a> que está me faltando.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-82994774814953786942007-08-29T15:08:00.000-03:002007-08-29T15:12:45.510-03:00anotações rabugentas para os dias de tpm<em>(ou, como eu não ando com vontade de escrever porra nenhuma, encho isso aqui de bobagens ainda maiores do que quando estou com vontade).</em><br /><br />Na próxima encarnação quero nascer borboleta. Direto, sem a porra da lagarta porque eu não quero aprender porra de lição de moral nenhuma que a lagarta feia vira borboleta bonita.<br />Eu quero ser uma borboleta falante que só sabe falar porra.<br />Porra, porra, porra.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-49901361065555839592007-08-28T17:05:00.000-03:002007-08-28T17:37:16.096-03:00alma de baleia, espírito de porcoAndo sem ganas de escrever e com muitas delas para falar mal de quem. Mas eu não resisto, com o livro que eu recebi hoje: "Exorcize sua alma gorda". Mens magra in corpore magro. Só é gordo quem quer, que nada. Só é gordo quem tem alma gorda.<br />A proposta do livro é essa: identificar o glutão transcedental que existe em você e eliminá-lo. Alma manequim 38, já no próximo verão.<br />E para quem pensou que esse post não poderia ficar mais pobre, um bom e velho clichê: o primeiro passo para resolver um problema é reconhecê-lo.<br />Descubram, então, se sua alma está acima do peso:<br /><br /><strong>Alma magra</strong>:<br />-refere-se a uma macarronada como carboidratos;<br />-pimentão, tomate e cebola=saborosa salada;<br />-tem olho proporcional a sua "não-barriga";<br />-sua ídola é a manequim Twiggy dos anos 1960.<br /><br /><strong>Alma gorda</strong>:<br />-refere-se com prazer a uma macarronada como pasta ou macarronada mesmo;<br />-pimentão, tomate e cebola=molho do cachorro-quente;<br />-tem o olho maior que a barriga (avantajada, diga-se de passagem);<br />-sua ídola são todas as modelos da fase renascentista.<br /><br />Agora chega, senão eu vou ter que levar a minha alma (gorda, por supuesto) para vomitar.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-3693718463735083012007-08-23T15:08:00.000-03:002007-08-23T15:09:48.199-03:00superegotripmegalomaníacaEu casei com o artista. Então agora <a href="http://www.flickr.com/photos/janagarcia/1215026889/">eu sou assim</a>.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-9369255265196112572007-08-22T16:27:00.000-03:002007-08-22T17:09:56.440-03:00o retorno do historiadorPor enquanto é só uma idéia. Uma conversa. Uma possibilidade.<br />A gente busca tanto o sentido, quer saber para que serve, quer saber o que sabe. E sabe pouco, sempre. E sabe ser inquieto, oh, sim, há tantas opções, às vezes tudo parece possível, às vezes parece tão difícil. Escolhas, escolhas.<br />Odyr me diz que todo mundo nasce para alguma coisa. Não sei ainda para quê, eu. Mas pensar em papéis velhos, lembrar do cheiro, da textura, dos tesouros escondidos numa revista antiga me trouxe, se não a resposta mágica definitiva, a memória de uma sensação acolhedora. Um pertencimento, um clube que me aceita como sócia.<br />A ver.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-79148640056211292682007-08-16T17:45:00.000-03:002007-08-16T17:47:32.565-03:00rápida e em tempo realCliente velhinha e eu com uma dor de estômago de matar:" vi um livro com uma capa linda que parece que é muito bom. Você sabe qual é?"janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37861136.post-92222992819194999102007-08-08T22:09:00.000-03:002007-08-08T22:12:30.156-03:00o retorno de marleyNos dias de bom humor, a chegada de caixas de livros é sempre uma alegria, parece natal antes do tempo (nos dias de mau humor, resmungos mais-coisas-para-cadastrar). Hoje é um dia do primeiro tipo, e coincidentemente chegaram muitos livros na Dona Laura.<br />Antes de abrir as caixas, uma olhada rápida na nota fiscal, para saber o tamanho do meu contentamento. E lá estava, entre "O Livro de Ouro da Psicanálise" e "Os deuses e o amor" (como a mitologia explica e orienta nossas escolhas e relacionamentos), um livro chamado Orson. Na hora eu pensei: yes, uma biografia do Orson Welles e mais um livro para a minha prateleira preferida, a de cinema.<br />Ledo engano. Orson é "um cachorro para toda a vida", "louco, trapalhão e inesquecível - um amigo de verdade". O comentário do autor de "Marley e eu" (na capa):"Jon Katz compreende os cães como poucos e desvenda a alma canina com delicadeza e sabedoria".<br />Fala sério.<br />Na faculdade, eu tinha um professor que dizia nunca assistir filmes com os três C - câncer, criança e cachorro - por conta da alta concentração de tristeza apelativa dos mesmos. Esse tipo de livro segue o mesmo princípio, suponho. Não sei se tem uma criança com câncer que é dona do cachorro, ou uma criança que tem um cachorro com câncer, ou um cachorro que pensa que é uma criança com câncer. Pelo jeito é o relato de um homem e seu cão que mostrou para ele as coisas importantes da vida e morreu no final. Não, eu não li nem a primeira página, mas não é preciso ser o José Mindlin para descobrir como essa história acaba.<br />E bueno, acho que vocês me entendem, a implicância não é com o cachorro, not at all. Cães são o máximo. Mas convenhamos. Primeiro o Marley, depois os três da Abigail ("Harry, Rosie e Carolina irão preencher o vazio da cama e aquecê-la nas noites gélidas"), depois o Christopher (um porco - e mais uma vez o comentário do dono do Marley na capa: "algumas vezes precisamos de um porquinho esperto para nos mostrar o que realmente importa na vida" - há). Tempos atrás li sobre um leilão milionário entre editoras americanas pelos direitos de publicação da história de um gato mascote de uma biblioteca.<br />E agora o Orson.<br />O Rocco, meu labrador, ficou no interior profundo e eu tenho saudades dele. Acho que vou escrever um livro sobre isso e ficar milionária.<br />"Meu caso de amor com Rocco começou numa gélida manhã de julho, quando, pela primeira vez, meus olhos perceberam aquela bola branca de pelos frágil e desamparada, e não tive dúvidas em trazê-lo comigo. Mal sabia eu que a partir daquele dia minha vida nunca mais seria a mesma".<br /><br /><br />P.S.:E por falar em oportunismo, Orson foi para a vitrine. Ah, o vil metal.janaínahttp://www.blogger.com/profile/13726292363479698727noreply@blogger.com4