quinta-feira, fevereiro 21, 2008
domingo, fevereiro 17, 2008
copacabana, sábado, 2:00 a.m.
Um dos inúmeros motivos pelos quais eu adoro o Rio é que a cidade (como todas as grandes) não pára nunca.
Enquanto olho pela janela esperando a encomenda da farmácia (problemas com o dente do ciso, caros, a essa altura do campeonato) lá fora a vida acontece, acontece, acontece.
Os que separam o jornal de amanhã lembram a gente que a vida pode ser dura, eu que reclamava de ter que trabalhar nos fins de semana até as 10 da noite.
Tem gente voltando da praia, Copacabana das putas, dos gringos e cada vez mais das famílias, ainda mais agora que a Help ( boate famosa das working girls) vai fechar e virar museu da Imagem e do Som. Casais de namorados passeiam pelas ruas como se estivessem no interior, ou eu que sou muito interiorana por achar meio arriscado. Alguém bebeu demais e pára o carro do outro lado da rua pra fazer xixi na calçada. O vigia do meu prédio, que tem cara de psycho, anda de um lado para o outro, e eu acho que ele não dorme nunca, toda hora topo com ele, de manhã, à tarde e à noite.
Meninos de rua, homens de rua, muitos motoqueiros e nenhum deles traz meu analgésico.
Tudo isso eu vejo da janela. Viva a noite carioca.
Enquanto olho pela janela esperando a encomenda da farmácia (problemas com o dente do ciso, caros, a essa altura do campeonato) lá fora a vida acontece, acontece, acontece.
Os que separam o jornal de amanhã lembram a gente que a vida pode ser dura, eu que reclamava de ter que trabalhar nos fins de semana até as 10 da noite.
Tem gente voltando da praia, Copacabana das putas, dos gringos e cada vez mais das famílias, ainda mais agora que a Help ( boate famosa das working girls) vai fechar e virar museu da Imagem e do Som. Casais de namorados passeiam pelas ruas como se estivessem no interior, ou eu que sou muito interiorana por achar meio arriscado. Alguém bebeu demais e pára o carro do outro lado da rua pra fazer xixi na calçada. O vigia do meu prédio, que tem cara de psycho, anda de um lado para o outro, e eu acho que ele não dorme nunca, toda hora topo com ele, de manhã, à tarde e à noite.
Meninos de rua, homens de rua, muitos motoqueiros e nenhum deles traz meu analgésico.
Tudo isso eu vejo da janela. Viva a noite carioca.
sábado, fevereiro 16, 2008
com harrison ford no submarino comunista
É fato: gostamos de coisas muito boas e de outras nem tanto; algumas são meio vergonhosas, cd que se ouve escondido, programa de tv visto “por acaso”, revista folheada no cabelereiro, essas coisas. Suspeito que meu herói se enquadra nessa categoria: o Harrison Ford.
Justifico: salvou o passado em Indiana Jones, o futuro em Blade Runner, o espaço em Stars Wars, e os Estados Unidos um milhão de vezes. Por conta dele me matriculei no curso de Arqueologia da faculdade, esperando aventuras excitantes e grandes descobertas à la Indiana Jones. Huuuuuge mistake. A coisa mais emocionante que eu vi foi o meu professor – tão velho quanto as coisas que ele ensinava – de sunga tomando caipirinha sentado numa pedra no meio do rio, quando saímos “a campo” pra visitar um sambaqui. Que é uma chatura, um monte de conchas misturadas com terra, restos de ossos e mais sei lá o quê, prova espetacular da vida dos índios pré-históricos do litoral do Paraná.
Então eu sempre gostei do Harrison Ford. E dia desses vi Divisão de homicídios, em que ele é um policial das antigas que tem que lidar com um parceiro novato. E é meio triste, sabe, botaram ele pra correr e escorregar pelo corrimão e dar um jeito nas costas, afinal de contas são 60 e tantos anos. Mesmo sabendo que a onda do filme - e sua suposta graça - era essa. E ontem vi esse K-19, o submarino russo da época da Guerra Fria, ele é o capitão. E eu não o achei nem tão charmoso, nem tão durão, muito menos russo.
E apesar de estar entusiasmada com a possibilidade de ver o Indi no cinema, também tenho um pouco de medo de sair de lá achando que o arqueólogo mais charmoso de todos os tempos deveria mesmo aposentar a roupa de aventureiro e ir dar aulas feito o meu professor. Tomara que não.
C’est la vie. Os nossos heróis envelhecem, envelhecemos nós. Há uma ponta de tristeza aí.
Justifico: salvou o passado em Indiana Jones, o futuro em Blade Runner, o espaço em Stars Wars, e os Estados Unidos um milhão de vezes. Por conta dele me matriculei no curso de Arqueologia da faculdade, esperando aventuras excitantes e grandes descobertas à la Indiana Jones. Huuuuuge mistake. A coisa mais emocionante que eu vi foi o meu professor – tão velho quanto as coisas que ele ensinava – de sunga tomando caipirinha sentado numa pedra no meio do rio, quando saímos “a campo” pra visitar um sambaqui. Que é uma chatura, um monte de conchas misturadas com terra, restos de ossos e mais sei lá o quê, prova espetacular da vida dos índios pré-históricos do litoral do Paraná.
Então eu sempre gostei do Harrison Ford. E dia desses vi Divisão de homicídios, em que ele é um policial das antigas que tem que lidar com um parceiro novato. E é meio triste, sabe, botaram ele pra correr e escorregar pelo corrimão e dar um jeito nas costas, afinal de contas são 60 e tantos anos. Mesmo sabendo que a onda do filme - e sua suposta graça - era essa. E ontem vi esse K-19, o submarino russo da época da Guerra Fria, ele é o capitão. E eu não o achei nem tão charmoso, nem tão durão, muito menos russo.
E apesar de estar entusiasmada com a possibilidade de ver o Indi no cinema, também tenho um pouco de medo de sair de lá achando que o arqueólogo mais charmoso de todos os tempos deveria mesmo aposentar a roupa de aventureiro e ir dar aulas feito o meu professor. Tomara que não.
C’est la vie. Os nossos heróis envelhecem, envelhecemos nós. Há uma ponta de tristeza aí.
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